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Match Point

Está acontecendo nesse mês o grand slam de Tenis na grama, o famoso e glamuroso, Wimbledon. Eu estou acompanhando algumas partidas dos meus jogadores favoritos e consigo ver como esse esporte é uma lição de vida, uma prova de resistência e força mental.

Bom vamos voltar um pouco, eu comecei a jogar tennis em 2021 ali no "começo do fim" da pandemia. Fui fazer uma aula despretenciosa e me encontrei (inserir aqui Claire de Lune para você sentir o clima: imagine uma cena em slow motion de uma pessoa jogando sem técnica alguma, porém com brilho nos olhos).

As aulas eram um momento de ver o sol, sentir o calor, e ver pessoas/ socializar. Nas primeiras aulas ainda usávamos máscaras para jogar, ao ar livre...Quando paro pra pensar nessas coisas me pergunto se estava em estado de delírio. Muitas aulas se passaram e eu estava me sentindo bem jogando, foi quando o professor falou "Hora de jogar um campeonato hein?"

PAUSA DRAMÁTICA. DOLLY ZOOM na minha cara.

Sabe aquele ditado, "treino é treino, jogo é jogo"?

Então, eu senti exatamente isso. No treino arriscamos, vamos com tudo, batemos com mais garra e spin, focando na técnica pra jogar bonito. Afinal de contas sou atriz e jogar bonito é performar bem. Mas no jogo...no jogo não podemos dar margem pra erro, no jogo o medo de errar entra com tudo e a técnica vai embora, só queremos passar a bola pro outro lado e acertar os saques. Que coisa horrorosa foi meu primeiro campeonato. Porém fiquei em segundo lugar na minha categoria, eu achei um máximo, faziam anos que não segurava um troféuzinho. Vamos de novo.

(inserir Vivaldi INVERNO)

Nesse segundo campeonato eu percebi várias coisas. Primeiro: só termina quando acaba. Não existe essa de "já ganhei" porque está 5 games a 1. Até minha mãe gritou da lateral da quadra "Filha já ganhou!" e eu quase me deixei levar, porém, minha colega e oponente nesse jogo foi atrás. Eu tive que decidir se iria continuar, pois isso significaria jogar mais e eu já estava exausta, ou se entregaria o jogo. O instinto competidor que habitava em mim, bem escondido no canto do quarto do subconsciente disse "Você vai ganhar esse jogo, questão de honra agora".

Adotei uma voz na minha cabeça que era calma, compreensiva, e ao invés de me maltratar quando eu errava, eu só escutava "nesse você corrige e volta por cima". Eu não sei onde essa voz estava em outros momentos que precisei dessa delicadeza, só sei que funcionou. Fomos para um tie break e eu ganhei, primeiro lugar. O troféu é legal, ver pessoas torcendo por mim (minha família e amigos) é incrível e aquece o coração, mas o que eu ganhei naquele dia foi saber o quão resiliente eu consigo ser quando não me maltrato internamente.

Voltando agora ao campeonato Wimbledon, e qualquer outro diga-se de passagem, nós conseguimos ver qual é o tom da voz que está dominante na cabeça do jogador. É INCRÍVEL! E ouso dizer que todos que se mantem calmos e pacientes consigo mesmo conseguem viradas espetaculares.

Levando isso pra vida cabe a análise:

Com que voz você fala com você mesmo aí dentro?

 
 
 

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